26.12.07

Jantar de Natal em dia de Reis

O Jantar de Natal do "Teatro do Cão" é em dia de Reis
6 de Janeiro Restaurante "A Fortaleza" pelas 20.30h
Reservas pelo 96 792 6002, com a Otilia e ou com o Rui
Estão todos convidados - é obrigatório o uso de uma coroa

Parabens Alexandra



A Alexandra fez anos no passado dia 19 de Dezembro - dia da nossa ultima aula de 2007. Quem Não tem Cão deseja-lhe muitas felicidades e sucessos profissionais pessoais e porque não teatrais! A Xana diz que não quer ser actriz mas... quem sabe...! 2008 dir-nos-á!
Uma coisa é certa, a Alexandra já ganhou um lugar especial no Grupo do Teatro do Cão. Venham mais como ela. Venham todos os que vierem por bem.
Beijos, canções e emoções com uma lista em "V" nas costas para todos.
PP

21.12.07

Boas Festas

Como já aconteceu o ano passado, o nosso jantar de Natal é dia 6 de Janeiro - dia de Reis - no restaurante a fortaleza pelas 20.30h.
É para todos os que quiserem aparecer - é obrigatório levar uma coroa, de ouro, de papel, de plastico, tanto faz. Sejam imaginativos e surpreendam!
Por ora resta-me desejar a todos os amigos e visitantes deste blog boas festas e um Feliz ano novo cheio de sucessos pessoais, profissionais e teatrais.
E não se esqueçam que o melhor...ainda está para vir!
Até 2008
PP

12.12.07

A minha amiga "puta"

Durante todo este tempo não passou um dia sequer, sem que eu não tivesse pensado nela. Todos os dias à mesma hora, como se de promessa se tratasse, passava pela rua onde a vi pela primeira vez.
Não há tasca, restaurante, casa de fados ou beco no Bairro do Amor que eu não conheça. Até já as putas me olham com desconfiança. Excepto uma, a da porta nº 7. Chama-se Maria Odete de não sei o quê. À minha passagem, todos os dias me pedia um cigarro num gesto demorado. Eu, dava-lhe dois, em movimentos rápidos e inseguros. Com o passar dos dias, os meus gestos ficaram cada vez mais seguros. O tempo deu lugar à troca de algumas palavras de agradecimento e depois a algumas frases curtas.
- Arranjas-me um cigarro? “Fixe! Dois”. Amanhã passas cá?.
- Gostava de não passar...
Repetimos este dialogo sem acrescentar uma palavra, sem alterar um gesto vezes sem conta. Tudo se passava rigorosamente assim. Igual.
Um dia, ao passar em frente da porta nº 7 como sempre fazia, já com os dois cigarros na mão prontos para lhos entregar, em vez de em pé como sempre a tinha encontrado, na sua irepreensivel postura de “puta”, Maria Odete estava sentada no degrau do portal, com os braços enrolados em volta da barriga e a cabeça aconchegada no meio das pernas. Silencio.
- Então, hoje compraste tabaco? - Perguntei a medo.
- Não. É que...A noite ontem correu-me mal... - Disse-me ela sem levantar a cabeça. Desci ao nível dela. De cocaras perguntei à minha amiga “puta” o que se tinha passado na noite anterior. Foi então que, levantando a cabeça, me contou que um filho da mãe, que bem se podia considerar filho dela, a havia levado para o carro e a tinha maltratado. As marcas no corpo dela não o desmentiam.
-Já foste à Policia?- Perguntei eu ingenuamente. Respondeu-me que as “putas” não são bem recebidas na Policia.
- Os policias só gostam de “putas” quando despem a farda.- Acrescentou.
- Mas tu...Tens de fazer qualquer coisa, sabes quem foi não sabes? Insisti.
- Mas em que mundo é que tu vives? Eu sou uma “puta”! estás a ver? –Levantou-se. - Olha bem para mim! uma “puta”! Eu sou uma “puta”! - Disse-me com a voz alterada, enquanto batia com força com as mãos cerradas no peito. Calei-me. Voltou a sentar-se. Deu-me vontade de a abraçar. De lhe dizer que não voltará a acontecer. Não fui capaz.
(MC 1996)

4.12.07

Os primeiros passos

Foi com este grupo de pessoas - que tiveram a coragem de se inscrever no primeiro workshop de iniciação ao teatro - que este projecto "Quem Não Tem Cão" deu os primeiros passos. Otilia, Daniel, Rita, Joaquim, Luz, Bruna e Ana...Parece que foi ontem que nos juntamos pela primeira vez no Ginasio Boa Forma. Lembro-me da vergonha que a maioria sentia na altura dos exercicios. E o toque. Era tão dificil tocar e ser tocado. Os abraços! uma sensação estranha.
Tanta coisa mudou desde esse primeiro dia. Tanta coisa já fizemos e aprendemos juntos! Durante estes anos, outros já se juntaram a nós. Outros já se despediram de nós. Devagarinho, inconscientemente e porque ha entre nós quem ame o TEATRO, lá fomos construindo o nosso caminho, ganhando o nosso lugar, o nosso publico, os nossos amigos. Construimos uma familia! Uma familia que como todas as que conheço, tem os seus problemas, as suas alegrias, decepções... Não há familias perfeitas. Hoje, olhando para trás, muitas vezes dou por mim a pensar: E agora? qual é o passo seguinte? Tem días que não tenho dúvidas...outros há...que é só o que tenho. O teatro tem a capacidade de mudar-nos por dentro. De nos mostrar mais como somos de verdade. Sem mascaras, sem rede. Saibamos aproveitar o que o Teatro nos oferece, porque o melhor...o melhor ainda está, seguramente para vir!
RG

28.11.07

Um miminho para Osvaldo


Hoje, directamente do coração, enviamos um abraço enorme de rapidas melhoras ao nosso "Homem Azul" de "Blue" - o amigo e actor Osvaldo Canhita.

Para ti Osvaldo - neste momento pouco teatral - de todos os amigos do grupo Quem Não Tem Cão, aquele abraço apertado e cheio de mimo!

22.11.07

Parabens Ana e Mª João


Mais duas actrizes do Grupo "do Cão" comemoraram o seu aniversário esta semana.
Para elas votos de muitas felicidades e sucessos pessoais, profissionais e teatrais!
O Bolo - surpresa da Mª João - era hiper super gostoso! Nham! Nham!
Uma bela forma de acabar a aula, que por si só, já foi doce e muito produtiva.
Estamos todos - sem excepção - cada vez melhor. O trabalho de muitas aulas começa a mostrar os seus resultados.
Afinal ser um chato... vale a pena!
:o)
PP

20.11.07

Homenagem singela

"Santinha da Boca Pequena"
"Sim, porque eu tenho muita fé nesta Santinha"
"Soraia Cristina in Cinco Mulheres, Um Travesti e o Namorado de Uma Delas"
:o)

Obsessão

Hoje eu sei que aquela imprevisivel troca de olhares não tinha sido obra do acaso. O destino, na sua inquestionavel sabedoria, decidiu cruzar as nossas vidas e dar-me uma lição. Assim, simplesmente, através de um olhar. Jamais esquecerei aqueles olhos. Era inevitável! tinha de voltar a vê-la. Havia uma misteriosa força que me empurrava para aquela mulher. Eu tinha de voltar a encontrá-la. Ela era a tal! A minha Princesa das Botas Pesadas.
Eu nem o nome dela sabia. Eu dela nada sabia. Mas a Princesa das Botas Pesadas era sem dúvida a mulher da minha vida. E eu tinha-a perdido antes mesmo de a ter conhecido. Eu tinha direito a uma nova oportunidade. Eu merecia uma nova oportunidade. O intimo desejo de a voltar a ver, de a poder tocar, olha-la nos olhos e poder dizer amo-te, rapidamente se tornou numa obsessão doentia. Nos dias que se seguiram, à hora do entardecer, quem quisesse falar comigo sabia onde me encontrar. Passava horas a vaguear pelas ruas do Bairro do Amor, percorrendo as ruas onde a vi pela primeira vez.
Incansável. Os meus passos conduziam-me a ruas estreitas e inclinadas que aprendi a conhecer como as minhas proprias mãos. Muitas foram as vezes que, imovel e de olhar vago, me sentava em frente da fachada daquela pensão. Alturas houve em que quase acreditei que ela lá estava, linda e a sorrir para mim. Aqueles olhos. Eu vi inumeras vezes aqueles olhos verdes. Apesar da minha dedicação e da intensa procura, da minha Princesa das Botas Pesadas, nem sinal!
Com o passar dos dias, uma nova sensação invadira a minha alma. Embora não conseguisse compreender onde se situava, se na cabeça se no coração, um enorme vazio apoderou-se de mim. Angustia. Passou-se uma semana, duas, um mês e da minha lindinha nada! Sentia-me só. Triste. Quando pensava nela vinham os suores frios e o meu coração palpitava com mais força. Havia um aperto. Uma vontade de soltar gritos. Silencios infinitos. Paixão. Pela primeira vez na minha vida, senti que estava apaixonado, e o pior é que doía. Doia muito. Não era nada como eu havia imaginado e tinha lido nos livros da estante lá de casa. Afinal, o AMOR - ao contrario do que nos fazem acreditar - não é uma coisa boa.
(E é muito pior quando se ama sozinho...!)
(MC-1996)

14.11.07

Recado directamente de Londres

1 . Agenda:
A aula da proxima Quarta feira sera dada pelo professor Osvaldo Canhita. Levar roupa confortavel, vontade de fazer os exercicios e chegar a horas. 20.30h.


2 . Curiosidades:
Pena o "Quem Nao Tem Cao" nao possa estar todo aqui. Esta cidade e de facto fabulosa, muito dinamica e absorvente. Tenho visto imensa coisa interessante e muito inspiradora... Seria tao produtivo, do ponto de vista criativo e de construcao de personagens, estarmos todos!

No Domingo fui ao teatro, com a professora Patricia, que manda beijinhos para todos, ver uma peca muito bem conseguida e divertida.

3 . Guarda roupa
Para os nossos futuros trabalhos, esta decidido, compramos tudo aqui... nos mercados, nas lojas de especialidade, na rua... ha de tudo... Aqui encontramos mesmo de tudo! Ate aquilo que ai nem conseguimos imaginar. Pena o preco e a distancia.

4 . Despedida
Quarta Feira da proxima semana ja ai estarei para contar tudo e para dar a aula.
Ate la divirtam se e sejam bons meninos! Porque os bons meninos vao para o ceu, os outros...
Os outros vao para... Londres! Heehehehehe!
(saudades)
PP

8.11.07

Hoje só me apetece voar.

Hoje não me apetece escrever nada.
Hoje não me apetece "postar" nada.
Hoje só me apetece voar!
Hoje só me apetece que seja amanhã rápido, para sentir o frio real na ponta do nariz.
Hoje, nunca mais acaba!

2.11.07

Aula 31.10.07 Exercicio:improvisações

Alunos: Manuel Perez; Herminio Gonçalves;Gisela Germano; Otilia Germano; Maria João e Norberto Paulo.

Assistencia: Alexandra Dinis.

29.10.07

Risinhos irritantes

Corri até à parede mais próxima e, sem medo, dei uma, duas…nove cabeçadas. Tantas quantos os números que havia contado enquanto esperava um sinal seu. Como compensação, ganhei um galo na cabeça e a dor de saber que a não voltaria a ver. Por mais que andasse às voltas e tentasse distrair-me, eu não conseguia esquecer aqueles olhos. Pelo menos enquanto me doeu a cabeça!
Ainda com as ideias meio turvas, tal fora a violência das turras, andei à toa para cima e para baixo. Eu tinha de a reencontrar. Enquanto me perdia entre ruas e ruelas escuras, imaginei os segredos e as vidas que se escondem para lá de cada uma das portas ou janelas por que passava. É um jogo que costumo fazer frequentemente quando me quero esquecer de alguma coisa ou de alguém. Já era tarde, nem me tinha apercebido de como o tempo tinha passado.
Parei para acender um cigarro. Ouvia-se uma musica que saia directamente da janela de um primeiro andar de um prédio tipicamente alfacinha. Embora a janela fosse pequena e a luz fraca, via-se por detrás de uma cortina branca, um vulto de mulher. Ela despia-se. Pela forma como o fazia, adivinhava-se que não estaria ali sozinha. Não havia mais ninguém naquela rua senão eu. Escondi-me sob a protecção de uma porta. Com o escuro da noite a proteger-me, fiquei ali a espreitar como um garotinho que vê pela primeira vez o corpo de uma mulher. Era engraçada a sensação de estar ali. Ver e não ser visto, olhar sem tocar. O prazer de estar a observar sem ser observado. Não é que me excite a observação só por si. Não! Não sou viciado em corpos desnudados nem em pornografia... definitivamente, não sou propriamente aquilo a que vulgarmente denominamos por “espreitas” ou ”Voyeur“. O que verdadeiramente me atraiu naquela situação, foi o facto de me sentir transportado para dentro daquele quarto, daquela musica, daquele ambiente sem ser visto. Quem nunca numa desejou ser mosca? Naquele momento eu era a própria da mosca que já havia desejado ser em tantas outras ocasiões. Partilhar um universo que não é o meu e não conheço, com alguém que nunca vi nem vou conhecer. Partilhar um momento tão intimo como é o de assistir a alguém a despir-se para outrem.
A forma como aquela mulher se despia - apesar de não ser especialmente esbelta - estava carregada de sensualidade. Lentamente e em gestos previamente ensaiados, tirava uma a uma as peças de roupa que trazia. E eu ali a ver. Por momentos imaginei que ela sabia da minha presença e que o fazia para mim. Quando se preparava para tirar a ultima peça de roupa que lhe cobria o peito e revelar a sua completa nudez, alguém que não eu, sem qualquer aviso prévio apagou a luz. Daquela janela saia uma escuridão total e uns risinhos irritantes! Má sorte a minha, pensei! Acendi outro cigarro e fiz-me ao caminho enquanto constatava como o meu comportamento fora estranho.
(M.C - 1996)

Lai Lai despedida

23.10.07

Verdes e grandes

A rapariga irradiava bem estar numas calças tipo uniforme militar. Camisola de alças de algodão branca e uns ténis de sola grossa, que ata invulgarmente em volta do tornozelo. Está a observar um jovem que passa à sua frente. Segue-o com o olhar. Ele, nitidamente incomodado, olha timidamente para o chão, seguindo o seu caminho sem olhar para trás. Ela sorri sonora e descaradamente. Foi neste preciso momento que os nossos olhares se cruzaram pela primeira vez.
Verdes e grandes. Inesquecíveis aqueles olhos! Inesquecível aquele momento! Perdi a noção do tempo. Devemos ter ficado ali assim, imóveis, sorridentes a olharmo-nos olhos nos olhos cerca de dois… três minutos. Ela apetecia-me. E o pior é que eu não conseguia disfarçar isso. Numa atitude ousada como julguei não ter coragem, passei à frente dela. Fiz um olhar provocador q.b. e boquinhas como só eu sei. De andar sexy - tanto quanto me foi possível - segui rua abaixo na esperança que ela metesse conversa comigo! que me chamasse, que me fizesse um sinal, que me desse uma deixa para eu meter conversa. Depois de passar por ela, reduzi drasticamente a velocidade do desfile.
... Ela não me chamou! não fez nenhum sinal, nem me deu deixa alguma! Naquele instante apeteceu-me virar para trás e chamar-lhe todos os nomes que me viessem à cabeça: Estúpida!, suína!, cruel! Azeitona! convencida!, ranhosa! linda! ...
Mas não! Em vez disso, sem olhar para trás, e ainda com a esperança que ela desejasse tanto falar comigo como eu com ela, contei baixinho: 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7?... 8... 9!...
Não cheguei ao 10! tinha ao menos de ver se ela continuava ali a olhar e a sorrir para mim. Virei ligeiramente o pescoço. Depois voltei o corpo todo. Num movimento rápido olhei em todas as direcções e nada. Voltei a olhar e olhei outra vez. Nada!
Ela não estava ali e eu já não sorria nem acreditava que pudesse voltar a vê-la.
(MC-1996)

19.10.07

EU NÃO QUERO MORRER!

Eu peco tu pecas ele peca … e os outros?
beija-me.
Não me consigo esquecer.

Beija-me!
Beija-me.
É a morte.
Eu não quero morrer.
Beija-me!
Beija-me uma ultima vez.
As meninas boas vão para o céu e as outras…?
Eu não quero morrer…beija-me.
(coro - 7 p.m)

18.10.07

top model

A velha das flores, arruma os cestos reclamando a venda, como fez ontem e antes de ontem e durante toda a semana.
- Hoje não quer nada menina?- Pergunta esta à empregada da loja de roupa de autor, que se prepara para fechar a loja.
- Menina! menina! é consigo. Então hoje não quer nada? - Insiste. “É para me estrear!” Acrescenta. A rapariga abana a cabeça esboçando um discreto sorriso anémico. Lança um olhar tipo de estrela cinema. Fecha a porta. Lábios vermelho flamejante e maquilhagem perfeitamente retocada. Indiferente, segue o seu caminho de andar sacudido, formosa e pouco segura nos finos saltos de 12 cm. Usa saia de tamanho reduzido Donna Karen, blusa Giane Versace, que propositadamente deixa desabotoada para inocentemente mostrar o abundante peito. Na cabeça uns magníficos óculos Armani e na mão, uma minúscula “pochete” de vinil rosa choque a dar com o fino cinto de verniz, que faz conjunto com as sandálias de tiras entrelaçadas no mesmo tom.
A rapariga tem uma imagem fantástica, talvez demasiado plástica, demasiado sofisticada, tipo “top model” tipo estúpida!... Mas sem duvida chamativa. Que o digam o grupo dos “pilas murchas” que todos os dias ali se juntam para jogar às cartas e a ver passar.
(MC-1996)

16.10.07

Ser poeta


Cármen Dolores "dizendo" "Ser Poeta" de Florbela Espanca, na cerimonia de homenagem aos actores Mário Sargedas e Mário João Sargedas.

Recado

Excepcionalmente - por motivos que se prendem com a programação do Cineteatro - esta quarta feira não haverá ensaio.

11.10.07

O Bairro do Amor

A zona do Bairro do Amor proporciona o melhor entardecer que conheço. Ao fim da tarde, quando o dia se confunde com a noite, chulos de outros e destes tempos, devagar, ocupam os lugares à muito conquistados. Cumprindo o destino, mulheres de pouca sorte surgem de ruas e travessas, distribuindo-se por portais e esquinas, preparadas para mais uma noite de actividades secretas, por todos demais conhecidas. Nas tradicionais tascas, pseudo intelectuais interrogam-se sobre o destino do mundo depois de uma tarde inteira de conversa onde se falou de tudo, de todos, de nada e de ninguém. Fuma-se um ultimo cigarro antes de regressar à solidão do lar.
Jovens aspirantes a artistas, caminham em grupos de três ou quatro e com o entusiasmo próprio da idade, tecem considerações sobre as ultimas novidades da literatura, cinema e outras artes. Alegremente, em passo apressado, misturam-se entre os característicos habitantes do bairro. Carregam enormes pastas que exibem orgulhosamente, transbordando sonhos, projectos e coisa alguma.
A noite trás o frio e o mistério! Na noite tudo é possivel. Neste sitio, à noite, tudo pode acontecer. O Bairro do Amor é sem dúvida um dos lugares mais excitantes que conheço.
M.C. (1996)

Ana Barbara...Justamente!


Na passada quinta feira tivemos a oportunidade de assistir à peça "Justamente" no cineteatro de Rio Maior. Do jovem elenco, composto por alunos do agrupamento da Escola Marinhas do Sal, consta a nossa querida e linda Princesa, numa actuação cheia de vigor e entusiasmo. Parabens à nossa Princesa e a todos os que estiveram envolvidos nesta produção, alunos e professores sem excepção.
É bom saber que o teatro também se faz por ai nas escolas!

8.10.07


Eu sou a Saudade!
A Saudade que um fadista me cantou um dia.
Sou guitarra que chora, alma negra no trinar.
Sou menino sem asas, com vontade de voar.
Sou peixe terrestre em busca de mar.
Sou tristeza sou alegria, sonho, fantasia,
Parelha sem par.
Sou a voz num só grito, tempestade, bonança,
Sou pássaro aflito nas mãos duma criança.
Sou poeta sofredor,
Pepita de ouro por achar,
Sou raiva sou amor, bebedeira de fogo por apagar.
Sou água no deserto,
Sou pensador sem pensar,
Estou longe e sou perto,
Sou um fado por cantar.




M.C. (sem titulo - 1997)

4.10.07

Gosto tanto de ti

As coisas que eu tenho!
Tenho tantas coisas, mas o que mais queria não tenho!
Tenho uma camisola vermelha quase rota, com que costumo dormir de Inverno, um disco que nunca ouvi e outro, com que quase sempre adormeço.
Tenho um sinal no queixo que me irrita, a fotografia de um gato preto que morreu de velho e guardo na carteira ao lado do B.I.. Tenho saudades do gato, pena de mim e dores nos joanetes quando muda o tempo.
Tenho saudades da chuva quando é Verão, do sol quando faz frio e de que gostem de mim como eu gosto de ti.
Tenho um álbum de fotografias de amigos que vejo quase todos os dias e vontade de rir quando me vejo nelas. Sofro da doença de gostar e tenho medo.
Tenho dores de cabeça quando penso em ti e não te vejo e, tenho dores de cabeça quando estou contigo e tu não me dizes que gostas de mim. Tenho uma torradeira que não funciona e uma coluna do C.D. na casa de banho, para quando tomo longos banhos de imersão. Tenho muitos amigos que gostam de mim, outros tantos que nem por isso, e a dúvida de que alguém goste de mim como eu gosto de ti.
Tenho uma casa pequenina com uma janela grande na sala de onde se avista o Tejo, um quadro na parede pintado por mim, que nunca assinei e um galo de Barcelos em cima do baú onde guardo as mais gratas recordações.
Tenho bons princípios e uma cama quase sempre vazia. Tenho sonhos eróticos de vez em quando e uma tablete de chocolate amargo na gaveta da mesa de cabeceira, para comer nos dias em que tenho insónias. Tenho um livro que nunca acabarei de ler e outro que já li 3 vezes. Tenho uma paixão por azul, embora também goste muito de verde. Tenho um carro que anda, uns lábios carnudos, e uma mãe encantadora que raramente vejo e me telefona sempre nas horas em que estou carente de afecto.
Tenho tanta coisa a que não ligo nem pedi, e o que mais quero não tenho!
Tenho pena de mim por ser quem sou, por um dia ter permitido ao meu coraçãozinho grande, encher-se de alegria por te ver. Tenho saudades de ser quem fui e desejo de te ter sempre aqui ao pé de mim. Mas sei que não pode ser! Porque tu... Tu tens mais que fazer, do que gostar de mim como eu gosto de ti.
Gosto tanto de ti!
fragmento de "O meu amor é uma cabra" de M.C.

2.10.07

O Beijo

"Um beijo. Não um beijo qualquer, mas o nosso primeiro beijo. Houve magia ali. A magia do primeiro contacto entre duas bocas que se tocam pela primeira vez.
O nosso primeiro beijo foi muito mais do que o medir a temperatura dos lábios ávidos de desejo. O nosso primeiro beijo foi tesão. Foi energia bruta que me fez entregar incondicionalmente e sem reservas a alguém que nem conhecia.
Ela estava disponível, era sensual, tinha um ar limpo e apetecível. Naquela altura isso bastou-me!"
fragmento de "O meu amor é uma cabra " de M.C.

1.10.07

Croire!

"Parei de fazer o que tinha em mãos.Baixinho ouvia-se aquela musica do festival da eurovisão de 1988. Recostei-me na cadeira confortável e como se nada mais me importasse, acendi um cigarro. Senti um crescente aperto no estômago, logo ali abaixo do coração.
Para não dar o gosto àquela lágrima teimosa, num egoísmo virtuoso liguei a quem de mim mais gostava. Eu queria ouvir qualquer coisa. Liguei à melhor amiga. Eu queria falar de qualquer coisa. Qualquer coisa que me fizesse esquecer o que trago escrito nas palmas das mãos. Ninguém me atendeu.
O destino quer-me só! Não desliguei o rádio nem fumei o cigarro. No fim da música triste, sentado na cadeira confortável, fiquei eu, a beata que se fumou sozinha e a certeza de que não liguei a quem devia. E afinal até é o único número que ainda sei de cor."
fragmento de "O meu amor é uma cabra" de M.C.

27.9.07


CURSO DE INICIAÇÃO AO TEATRO
Em Rio Maior

“À DESCOBERTA DO ACTOR”

Outubro, Novembro e Dezembro
3 horas semanais
1 vez por semana
Horário pós laboral

se gostas de teatro, se
queres aprender a representar
Inscreve-te aqui!

À descoberta de novos talentos

Ontem, Quem Não Tem Cão – oficina de artistas, reuniu pela primeira vez após o ultimo “Blue”. Decidimos que vamos fechar este ciclo de Azul. Não voltaremos a apresentar “Blue” – pelo menos para já! É que este projecto vai deixar saudades… e a tentação de o voltar a fazer pode voltar também!
Mais decidimos continuar a desenvolver um trabalho regular de encontro de ideias e projectos, no domínio multidisciplinar da arte de representar. Assim e neste propósito, vamos continuar com a formação continua dos nossos actores e também, abrir inscrições para um novo workshop de iniciação ao teatro – À DESCOBERTA DO ACTOR” que servirá para descobrir novos talentos.
As inscrições para a frequência do workshop poderão ser feitas através deste blog ou do e-mail
quemnaotemcao@sapo.pt ou ainda através do telefone 96 792 6002.
Venham todos os que vierem por bem, porque todos nunca seremos demais! E não se esqueçam! O melhor…O melhor ainda está para vir!
Saudações teatrais
PP

PS: Um agradecimento muito especial e sentido a todos os amigos, público e patrocinadores que nos ajudaram a levar à cena este "Blue" com sucesso.
A todos o nosso Muito obrigado!

26.9.07


Norberto Paulo in "Blue"
Foto: P.P.

20.9.07

Maria João e Rosa Pereira in Blue
Foto: P.P.

Lince Grisalho

E de novo mais uma noite em BLUE
E de novo, apreciado no seu conjunto, mais um belo espectáculo a demonstrar que “ em cada poema há sempre uma pequena peça de teatro”, comentário feito recentemente por uma conceituada actriz brasileira que esteve em Portugal.
E de novo, o público a testemunhar, pela presença e pelo aplauso vigoroso, o seu agrado, mesmo o seu encantamento. Perfilho convictamente a ideia de que estes sinais, presença e aplauso, são dos mais significativos para deduzir da qualidade do que acontece em palco. Por este sentir, alegro-me por vós e fico, expectante,
à espera do melhor que ainda está para vir.
Jorge Silvestre

19.9.07

O Amor II

Manuel e Ana Filipa
Foto: P.P

O Amor!

Rosa Pereira Ana Rita e Osvaldo Canhita
Foto:P.P.

14.9.07

Blue - É Hoje!

Foto:PP.
" Deus quer, o homem sonha, a obra nasce."
Que nesta noite aconteça teatro, e que o "Azul" entre em todos os corações!
Aos meus heróis - que me enchem de orgulho - muita merd...
PP

Lince Grisalho - Blue III


29.07.07
Do vosso grupo só conheço pessoalmente o Rui e a Rosa Pereira. Todavia, para todos, sem qualquer excepção, todos os que estiveram em palco e todos os que ajudaram nos bastidores, fica o testemunho do meu encantamento sinceríssimo com o belo e inesquecível espectáculo a que assisti. Foi empolgante. ACONTECEU POESIA.
O Silencio da plateia suspensa das vossas palavras, mesmo quando algumas eram susceptíveis de fazer corar um marujo…, os aplausos vibrantes, prolongados e de pé foram a confirmação plena de que foi, realmente, um belo e inesquecível espectáculo. Espectáculo delineado com elegante equilíbrio estético em que as componentes palavra, movimento, luz, cenário, som, momentos altos, momentos menos altos se entrelaçaram harmoniosamente formando um magnífico fio condutor. No final, impressionou-me sobremaneira um momento que, para mim, traduziu o que de mais belo e válido se pode desejar de um espectáculo teatral: unir o palco e a plateia no mesmo sentimento, sinal de que a mensagem passou. Quando plateia e palco vibravam na mesma onda cantando os versos de Florbela Espanca, dois actores, como que “possuídos” pela energia magnetizante que inundava toda a sala, deram o abraço mais bonito, mais forte e mais emocionado que alguma vez vi representa. Nesse instante, a emoção palco/plateia e plateia/palco passou por eles como potente fluído eléctrico. SENTI O CHOQUE.
Sugere o nome do vosso grupo que terão de contentar-se em caçar no palco simplesmente com gatos.
Meu caro Rui: Dispondo de bichanos desta qualidade, para que diabo precisará de cães!

Jorge Silvestre

13.9.07

Lince Grisalho - Blue II

28.07.07 – 16.00H
“A sala está esgotada. Tente às 21.10h”.
Antes da hora recomendada já lá estava e, nova surpresa! Agradabilíssima surpresa!
Com cordialidade e alegria contagiante O ESPECTÁCULO já estava no largo fronteiro ao teatro com tapete azul, flores e tochas acesas.

Foi um belo impacto de surpresa que me encantou pelo refinamento do seu significado. “ Dizer-se” assim, gentilmente, que do outro lado, lá dentro, estão à nossa espera momentos de arte, de beleza, de luz e de poesia que foram preparados a pensar em nós, é muito, muito bonito. Sem qualquer sombra de dúvida, há em tudo isto uma profunda sensibilidade a revelar-se discreta e inteligentemente.


28.07.07 – 22.00H
Consegui bilhete e já estou sentado. A sala está a transbordar. Sinto pulsar em mim e à minha volta uma expectativa ao mesmo tempo saborosa e difícil de suportar.

Jorge Silvestre

ensaio

12.9.07

Lince Grisalho - Blue I

27.07.07

Ao folhear um jornal cá do sítio, dei de caras com uma notícia que referia um espectáculo de teatro pelo grupo “QUEM NÃO TEM CÃO – Oficina de artistas”. Quem não Tem Cão pareceu-me logo uma expressão fresca, sonora, servindo-se da sabedoria do povo para anunciar com humildade, mas com determinação, que haveria caçada só com gatos, mas que haveria caçada. Haveria TEATRO. Depois, de oficina de artistas retive imediatamente com muito agrado a palavra oficina. Nem “atelier” nem “experimental” nem nada do género. Simplesmente oficina. Também imediatamente, dei comigo a imaginar aquela “gataria” a malhar no duro dos ensaios com ferramentas várias. Identifiquei algumas: Ideal, sonho, atracção misteriosa pelo coração das palavras, dádiva, procura, desejo de ajudar os outros a desenvolver as asas dos seus próprios pensamentos e a exercitar o seu sentido crítico. Mas muitas outras ferramentas estavam lá.
Ao fundo da oficina ondulava suavemente um panejamento finíssimo que observei com muita atenção. O fio era de generosidade e colorido com suave entusiasmo. Foi possível saber que era um projecto de pano de fundo permanente para todos os espectáculos do grupo.

Jorge Silvestre

11.9.07

A Água


A água lava tudo! até as dores! O Joaquim foi onde ninguem gosta de ir e voltou como novo! A viagem foi curta e correu bem. Jô, Aguardamos por ti e cá estamos para te ajudar na medida exacta das tuas necessidades! com banco sem banco, com marcações novas ou repetindo as antigas, sentado ou em pé... não importa. Na verdade ninguem sobrevive sem água... nem nós nem o nosso espectáculo!... Só todos juntos - sem excepção - e em pleno, conseguimos espalhar azul por todos os corações... Afinal blue é isso mesmo...é a vida, no seu melhor e no seu pior...é a vida tal qual ela é.
E "Meus senhores..." afinal quem segura a força e determinação da água?

Lince Grisalho

E FOI ASSIM…

Conversando com o Rui sobre as impressões estimulantes e enriquecedoras que experimentei com o vosso espectáculo "BLUE", resultou que, amavelmente, me desafiou a ser uma espécie de comentador assíduo dos vossos espectáculos. Não sei ainda muito bem como tentarei dar conta do recado, mas aceitei e seja o que Deus quiser.
Para dar alguma identificação ao sujeito que vai passar, de vez enquando, pelo vosso blog, filiamos o mesmo numa das espécies sugeridas no nome do vosso grupo. Optamos por gato. Para definir que este felino tem um território bem demarcado, a plateia, achamos que se reforçava essa ideia integrando o dito cujo num clã diferente do dos gatos do palco. Assim sendo, fui declarado LINCE. Por sugestão do Rui, com o argumento de dar alguma individualização ao novo quatro patas que vai andar por perto, fiquei sendo LINCE GRISALHO.
Tendo algumas reservas quanto à intenção do termo grisalho…prometo, mesmo assim, ser um parente muito amigo para além de ser já um admirador rendido.

Jorge Silvestre

7.9.07

Recado

Mapa de ensaios da próxima semana:
- 3º Feira - 20.30h Ginasio Boa Forma (só para alguns);
- 4º Feira - 20.30h Cineteatro (para todos);
- 5º Feira - 20.30h Cineteatro (ensaio geral).

3.9.07

Quem Não Tem Cão - Imagem de Marca!


O logo escolhido - esperamos que gostem - para ser a nossa imagem de marca, foi um trabalho de uma gatinha muito querida. À Claudia Cardoso o nosso muito obrigado! Obrigado também ao Paulo Santos, responsavel pelo design do nosso fantástico e mágico cartaz do "Blue".
Cada vez somos mais e - modestia à parte - melhores! E todos juntos, nunca seremos demais para realizar todos os sonhos que existem dentro de cada um de nós. Venham todos os que vierem por bem! Porque o melhor... O melhor ainda está para vir!
Saudações teatrais!

28.8.07

Musica no Coração


Quem Não Tem Cão foi assistir ao musical de Filipe la Féria "Musica no coração". Foi uma noite muito bem passada na companhia da nossa madrinha - Adelaide João, que, como sempre, nos surpreendeu oferecendo-nos um presente a todos quantos estivemos no jantar. Os miminhos da Lai Lai são já a sua imagem de marca registada. Ela, para além de ser uma excelente e carismática actriz, é de facto uma mulher extraordinária, por quem todos nós sentimos muita admiração e carinho. Para a Lai Lai o nosso muito obrigado por estar sempre connosco e por ter aacreditado em nós e no nosso trabalho desde o principio. Bem haja!

O stress...? desculpa! é da sangria...inesquecivel! :o)

21.8.07

BLUE

Lai Lai em "Blue" na personagem de Maria Parda de Gil Vicente


Nos camarins, após o espectáculo, alguns dos actores com a grande Adelaide João - Que privilegio!!

20.8.07

De volta!

É bom partir…mas é melhora ainda voltar!
Depois de uma pequeníssima pausa “Quem Não Tem Cão” está de volta!
Assim e já para o próximo Sábado – 25 de Agosto - temos agendada uma viagem a Lisboa ao Politeama, para assistir ao musical de Filipe la Feria “Musica no Coração” na companhia da nossa Madrinha Lai Lai. Todos os que estiverem interessados em ir, actores, familiares amigos… deverão entrar em contacto com o Rui até Quarta Feira 22 de Agosto ou marcar através do nº 96 792 6002.
A concentração para a partida – e distribuição das pessoas pelos carros - será no café Solar do Parque no Jardim, pelas 17.00h.
Os tão desejados ensaios para a próxima apresentação de “Blue” - que ocorrerá a 14 de Setembro - começam dia 5 de Setembro no Cine Teatro pelas 20.30h.
Saudações teatrais.

30.7.07

MARAVILHOSO...!

Há Gatos à solta no panorama cultural de Rio Maior! E em boa hora saltaram dos telhados, ultrapassaram muros e obstáculos, desceram às ruas e invadiram o palco espalhando Azul por todo o lado!
Depois contamos tudo... o espectáculo...os bastidores... o jantar de encerramento! e as criticas....as temiveis criticas!
Mas tudo em tons de um azul... Maravilhoso! Maravilhoso!

20.7.07

Ensaio Geral


Quinta Feira – 26 de Julho – vamos fazer o nosso temivel ENSAIO GERAL – Aberto a todos.
Quem não puder assistir ao espectáculo do dia 28 - o que será lamentavel - poderá ficar com uma ideia do que se irá passar naquele universo louco e mágico de "Blue", assistindo a este ensaio aberto!
Apareçam!
Ps: Confirmações através do tel nº 96 792 6002

17.7.07

Recado III

I - Todos os actores que entram no “quadro” do cansaço devem levar lenços/panos no próximo ensaio de 4º Feira pelas 20.30h no Cine Teatro.
Até lá... muito "blue" para todos!
II - Os bilhetes para o espetaculo "Blue" já se encontram à venda! Corram a comprar antes que esgotem - no sitio do costume...