26.12.07

Jantar de Natal em dia de Reis

O Jantar de Natal do "Teatro do Cão" é em dia de Reis
6 de Janeiro Restaurante "A Fortaleza" pelas 20.30h
Reservas pelo 96 792 6002, com a Otilia e ou com o Rui
Estão todos convidados - é obrigatório o uso de uma coroa

Parabens Alexandra



A Alexandra fez anos no passado dia 19 de Dezembro - dia da nossa ultima aula de 2007. Quem Não tem Cão deseja-lhe muitas felicidades e sucessos profissionais pessoais e porque não teatrais! A Xana diz que não quer ser actriz mas... quem sabe...! 2008 dir-nos-á!
Uma coisa é certa, a Alexandra já ganhou um lugar especial no Grupo do Teatro do Cão. Venham mais como ela. Venham todos os que vierem por bem.
Beijos, canções e emoções com uma lista em "V" nas costas para todos.
PP

21.12.07

Boas Festas

Como já aconteceu o ano passado, o nosso jantar de Natal é dia 6 de Janeiro - dia de Reis - no restaurante a fortaleza pelas 20.30h.
É para todos os que quiserem aparecer - é obrigatório levar uma coroa, de ouro, de papel, de plastico, tanto faz. Sejam imaginativos e surpreendam!
Por ora resta-me desejar a todos os amigos e visitantes deste blog boas festas e um Feliz ano novo cheio de sucessos pessoais, profissionais e teatrais.
E não se esqueçam que o melhor...ainda está para vir!
Até 2008
PP

12.12.07

A minha amiga "puta"

Durante todo este tempo não passou um dia sequer, sem que eu não tivesse pensado nela. Todos os dias à mesma hora, como se de promessa se tratasse, passava pela rua onde a vi pela primeira vez.
Não há tasca, restaurante, casa de fados ou beco no Bairro do Amor que eu não conheça. Até já as putas me olham com desconfiança. Excepto uma, a da porta nº 7. Chama-se Maria Odete de não sei o quê. À minha passagem, todos os dias me pedia um cigarro num gesto demorado. Eu, dava-lhe dois, em movimentos rápidos e inseguros. Com o passar dos dias, os meus gestos ficaram cada vez mais seguros. O tempo deu lugar à troca de algumas palavras de agradecimento e depois a algumas frases curtas.
- Arranjas-me um cigarro? “Fixe! Dois”. Amanhã passas cá?.
- Gostava de não passar...
Repetimos este dialogo sem acrescentar uma palavra, sem alterar um gesto vezes sem conta. Tudo se passava rigorosamente assim. Igual.
Um dia, ao passar em frente da porta nº 7 como sempre fazia, já com os dois cigarros na mão prontos para lhos entregar, em vez de em pé como sempre a tinha encontrado, na sua irepreensivel postura de “puta”, Maria Odete estava sentada no degrau do portal, com os braços enrolados em volta da barriga e a cabeça aconchegada no meio das pernas. Silencio.
- Então, hoje compraste tabaco? - Perguntei a medo.
- Não. É que...A noite ontem correu-me mal... - Disse-me ela sem levantar a cabeça. Desci ao nível dela. De cocaras perguntei à minha amiga “puta” o que se tinha passado na noite anterior. Foi então que, levantando a cabeça, me contou que um filho da mãe, que bem se podia considerar filho dela, a havia levado para o carro e a tinha maltratado. As marcas no corpo dela não o desmentiam.
-Já foste à Policia?- Perguntei eu ingenuamente. Respondeu-me que as “putas” não são bem recebidas na Policia.
- Os policias só gostam de “putas” quando despem a farda.- Acrescentou.
- Mas tu...Tens de fazer qualquer coisa, sabes quem foi não sabes? Insisti.
- Mas em que mundo é que tu vives? Eu sou uma “puta”! estás a ver? –Levantou-se. - Olha bem para mim! uma “puta”! Eu sou uma “puta”! - Disse-me com a voz alterada, enquanto batia com força com as mãos cerradas no peito. Calei-me. Voltou a sentar-se. Deu-me vontade de a abraçar. De lhe dizer que não voltará a acontecer. Não fui capaz.
(MC 1996)

4.12.07

Os primeiros passos

Foi com este grupo de pessoas - que tiveram a coragem de se inscrever no primeiro workshop de iniciação ao teatro - que este projecto "Quem Não Tem Cão" deu os primeiros passos. Otilia, Daniel, Rita, Joaquim, Luz, Bruna e Ana...Parece que foi ontem que nos juntamos pela primeira vez no Ginasio Boa Forma. Lembro-me da vergonha que a maioria sentia na altura dos exercicios. E o toque. Era tão dificil tocar e ser tocado. Os abraços! uma sensação estranha.
Tanta coisa mudou desde esse primeiro dia. Tanta coisa já fizemos e aprendemos juntos! Durante estes anos, outros já se juntaram a nós. Outros já se despediram de nós. Devagarinho, inconscientemente e porque ha entre nós quem ame o TEATRO, lá fomos construindo o nosso caminho, ganhando o nosso lugar, o nosso publico, os nossos amigos. Construimos uma familia! Uma familia que como todas as que conheço, tem os seus problemas, as suas alegrias, decepções... Não há familias perfeitas. Hoje, olhando para trás, muitas vezes dou por mim a pensar: E agora? qual é o passo seguinte? Tem días que não tenho dúvidas...outros há...que é só o que tenho. O teatro tem a capacidade de mudar-nos por dentro. De nos mostrar mais como somos de verdade. Sem mascaras, sem rede. Saibamos aproveitar o que o Teatro nos oferece, porque o melhor...o melhor ainda está, seguramente para vir!
RG