27.3.08

Dia Mundial do Teatro

Hoje, dia Mundial do Teatro, logo pela manhã recebi esta mensagem via sms que gostaria de alargar a todos - sem excepção - os que me aturam há já algum tempo neste projecto louco, que é o de viver o Teatro! Viva o Teatro! Viva o Quem Não Tem Cão!
" As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade...há gente que fica na história da gente..."
Obigado P... ;o)

PS: Hoje encontro no Bistro pelas 19.30h para jantar; 21.00h inicio da aula aberta na sala polivalente da biblioteca municipal de Rio Maior - entrada livre.

Que venham todos os que vierem por bem!

PP.

25.3.08

Dia Mundial do Teatro

Dia 27 de Março - Dia Mundial do Teatro -Amigos/conhecidos/desconhecidos e afins estão convidados a aparecer na Biblioteca Municipal de Rio Maior pelas 21.00h para participar numa Aula Aberta de teatro "À Descoberta do Actor" dada pelo encenador residente do Grupo "Quem Não Tem Cão".
PS: No fim bolinhos e chá para todos.
Quantos mais melhor ;o)

19.3.08

Chegada da Primavera Celebração da Páscoa

Quem Não Tem Cão, desenvolveu e apresentou - a quem julgou serem os parceiros certos - um projecto fabuloso para a cidade de Rio Maior. Contudo e não obstante a receptividade das entidades contactadas, não conseguimos ainda reunir as condições necessárias para que este projecto - que nos encherá de orgulho - saisse este ano às ruas da cidade. Temos a promessa de que sairá em 2009... a ver vamos!
Lembram-se dos post's aqui publicados dos coelhos, ovos gigantes e flores de várias cores que invadiam as ruas da cidade? Pois é isso mesmo... e mais não digo!
Votos de Boa Páscoa para todos e desejos de que a chegada da Primavera em 2009 traga a ralização de mais um sonho para " O Grupo do Cão".
Eu acredito! :o)
PP

27 de Março Dia Mundial do TEATRO

Um pouco por todo o mundo, a 27 de Março organizam-se diversos eventos para assinalar o Dia Mundial do Teatro.
“QUEM NÃO TEM CÃO - oficina de artistas” junta-se a esta iniciativa mundial e convida todos os amigos, curiosos e interessados na arte da representação, a participar numa "Aula Aberta" a ter lugar na sala polivalente da Biblioteca Municipal de Rio Maior pelas 21.00h do dia 27 -Quinta Feira. Quem não se sentir preparado para fazer a aula - o que será uma pena - poderá simplesmente assistir.
Para quem aceitar o desafio e participar, é obrigatório "trajar" roupa confortavel, para permitir maior liberdade de movimentos.
PS: Com direito a bolinhos e chá.
Vem viver o teatro connosco.
VIVA O TEATRO!
PP

17.3.08

Medo de não envelhecer ao teu lado


Medo.
Eu tenho medo!
Medo de ser triste… infinitamente pó! Só… Dó!
Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Eu tenho medo de ter medo e medo de não ter medo e pousar os pés no chão.
Haaaa! Falta-me o ar! faltam-me asas. Respirar. Eu preciso respirar.
Medo. Aiiii! ... Quem me dera ser uma cor alegre e feliz! E poder gritar sem vergonha!
Ai quem me dera gostar de alguém e rir… fazer um filho e lançar papagaios de papel colorido à beira mar.
Quem me dera correr nú pela avenida numa noite fria de luar, levantar os olhos e cair no aconchego dos teus braços.
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Quem me dera chegar a casa e ter-te à minha espera e não ter medo de acender a luz.
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii! O medo de não envelhecer ao teu lado deixa-me assim.

13.3.08


DIA 27 DE MARÇO DIA MUNDIAL DO TEATRO - O GRUPO DO CÃO ESTÁ A PREPARAR UMA SURPRESA...
Depois conto!..
PP

11.3.08

A Cabra


Chovia lá fora como há muito não me lembro. O frio entrava pela pequena janela que propositadamente deixara aberta apesar da chuva. O Inverno tinha chegado mais cedo. Ao longe, ouvia-se o bater das três horas da tarde. No aconchego dos lençóis permaneciamos imóveis, como quaisquer amantes ressacados duma longa noite de amor e sexo. No quarto, sentia-se um ar pesado provocado pelo fumo dos muitos cigarros que fumámos e pela transpiração dos corpos. Livros de encadernações diversas, encontravam-se espalhados por todo o chão, assim como restos de piza que não tivemos tempo de comer. Ela fazia de propósito, só para me irritar. Eu já nem ligava, queria-a ali comigo, fosse como fosse. Era a primeira vez que passávamos a noite em minha casa depois da decisão dolorosa dela se mudar dali.
Eu estava em paz. Ela, encontrava-se com a cabeça caída sobre o braço, as pernas entrelaçadas nas minhas, como se a um só corpo pertencessem. É tão bom estar assim com alguém! Sentir que não existem segredos ou medos. Saber que quem está ali é só nosso e que está ali porque gosta de nós. Pertence-nos.
Ela mexeu-se. Lenta e demoradamente deslocou o corpo para cima do meu. As pernas separaram-se das minhas. Os olhos dela entreabrem-se. Beija-me. Primeiro no pescoço, depois as orelhas. A carne dos seios esmaga-se contra as minhas costas. Viro-me. Abraço-me a ela. De repente nada acontece! Silencio. Sinto o bater do coração dela a bater no meu. Ouço barulhos estranhos, o estômago dela ronca.
- Estou cheia de fome! Disse ela.
-Chiiiiiiiiu! Não faças barulho. Deixa-me aproveitar este momento aqui contigo. Parece um sonho ter-te aqui deitada ao meu lado. Quem me dera poder ficar assim abraçado contigo para sempre... Disse-lhe.
- Que horror!... Sempre? Sempre é demasiado tempo!... Respondeu-me com um ar demasiado desprendido para meu gosto.
- Estou exausta! E farta de beijos…. Esta noite pareciamos coelhos na Primavera!
- Mas estamos em Novembro “Bébé!” Respondi-lhe sorrindo.
-Ok!. Que importância é que tem o mês? o que importa é a ideia…o que fizemos. E não me chames “Bébé”, sabes que não gosto... Irritas-me quando me tratas assim, fazes-me sentir uma “queque” estúpida e mimada!
- Desculpa! Mas diz lá, esta noite foi tão bom não foi?
- Já tive melhor...!
- O quê? interroguei eu, não estava mesmo nada à espera duma resposta daquelas. Cabra! É impressionante a lata dela... Como é que tinha coragem de me dizer na cara uma coisa destas, depois do que se passou naquele quarto. Eu estava cheio de dores nas pernas e com os joelhos em sangue por causa da alcatifa. Tinhamos posto em acção praticamente todas as posições do kama-Sutra, e no fim... A Cabra vem-me dizer que já teve melhor!
- Só podes estar a brincar... disse-lhe.
- Não te impressiones, afinal não aconteceu nada assim de tão extraordinário… não percebo porque estás assim! Fizemos sexo, sim não foi mau…mas eu nunca te disse que era virgem até te conhecer pois não? - Respondeu-me ela com um ar de esfinge egípcia. Quando ela queria sabia mesmo ser implacável como ninguém... E o pior é que o queria muitas vezes! Cabra!
- Então e os teus gritos os teus “ais” e “uis”, não queriam dizer nada?
- Tudo a fingir… Palermão!
Engoli em seco! - Não vês que me estou a meter contigo? Não te queria zangar - Respondeu ela a rir. - Já amuou foi? Não vês que estava só a brincar, palerminha! - Disse-me ela com ternura. Derreti mas não desmanchei.
Mas como é possível ? Como é que alguém pode ser assim tão insensível? Como podes dizer tais coisas? - Com algum esforço tentei imitá-la no seu pior, tentei ser cruel como ela é tantas vezes para mim. Respirei fundo e respondi-lhe:
- Zangar... tu? não sejas ridícula. Por quem te tomas… a 7º maravilho do sexo?
- Sabes bem que gosto de ti! Disse-me ela. Surpresa das surpresas! Naquele momento não estava mesmo à espera daquilo. Apesar de eu ter gostado e muito do que ela me acabara de dizer, continuei! Gostar era pouco, eu queria mais, merecia mais!
- É sei! eu também gosto muito de Pipocas, de bacalhau à Brás e de champanhe! Respondi-lhe. A grandissima cabra! Custava-lhe muito ter-me dito que me amava, como tantas vezes já lhe disse? Mas não! disse somente que gostava de mim. Assim sem mais nem menos...gostava...!
Cabra... Cabra! Cabra! Cabra! Gostar, foi o termo que utilizou! Nem sequer disse que gostava muito. Limitou-se a dizer que gostava... Gostar?... gostar! Gostar gosta-se de passear à beira mar, de sair com os amigos, de passear o cão, comprar roupa nova... de fazer sexo! de fazer sexo? Sexo? a única coisa que a prendia a mim é o gostar de... Sexo! Não, não pode ser! Ela gosta de mim!??
Pediu-me desculpa. - Desculpa! Desculpas?
- De imediato não consegui responder-lhe, isto é, naquele momento não fui capaz de pensar numa resposta que a magoasse tanto a ela como ela me magoou a mim. Em verdade, também já me era indiferente...Bem indiferente indiferente não seria, mas quase!
Aquela noite já era minha, ninguém ma podia tirar! nem ela... muito menos ela! Tanto me fazia que fosse Novembro, Janeiro, Maio ou Agosto, Inverno, Primavera ou Verão, que chovesse ou fizesse sol. Numa cama não há meses, nem estações do ano. Há prazer! e isso eu tinha tido... E muito! quer ela quisesse quer não. Quer ela tivesse gostado, quer não.
Eu gostei. Ponto!
(excerto de "O Meu Amor é Uma Cabra" de M.C-1996)

5.3.08

"Grupo do Cão" nas Tasquinhas de Rio Maior

Hoje 4º Feira é dia de ensaio e amanhã 5º Feira é dia do "Grupo do Cão" ir jantar às tasquinhas. 20.00h encontro junto à entrada.

4.3.08

...Era sempre eu quem arrumava.

Tudo corria bem, até ao dia em que descobrimos que éramos demasiado diferentes. Nem ela nem eu tínhamos feitio ou maturidade para assumir uma relação assim. Eu amava-a mas não me adaptei a ter de partilhar o meu espaço com alguém tão diferente de mim. Com alguém como ela. A minha Lindinha seria perfeita não fosse tão desorganizada. Rapidamente tomamos consciência que se insistíssemos em viver debaixo do mesmo tecto, com partilha de cama e mesa, acabaríamos inevitavelmente por nos separar pelos piores motivos. E nem ela nem eu queríamos isso. Decidimos continuar a encontrar-nos regularmente mas cada um a viver no seu mundo. Eu na minha casa e ela na dela. Foi uma dor vê-la partir de sacola às costas. Mas tinha de ser, era melhor assim. Eu já me tinha habituado ao hálito dela pela manhã, às duas escovas de dentes em cima da bancada da casa de banho, aos cinzeiros cheios de beatas, aos papelinhos dos pensos higiénicos espalhados pela casa… e a todas aquelas pequenas coisas normais da vida a dois. Mas com a desordem eu não conseguia conviver. Ainda ela não tinha fechado a porta da rua e eu já estava morto de saudades. Uma dor aguda no peito ao ve-la sair. Queria dizer-lhe para ficar. Que eu iria fazer um esforço se ela também fizesse, mas não disse. Ela nunca se conseguiria habituar à minha organização. Fazia-lhe confusão tanta arrumação. Mas comigo é assim, cada coisa no seu devido lugar, fruto de uma educação irrepreensível onde tudo tem um lugar certo para estar e onde nunca se sai de casa sem fazer primeiro a cama. Esta minha obsessão pela arrumação incomodava-a. Eu jamais me adaptaria ao caos em que ela gostava de se movimentar. Para ela uma casa arrumada era uma casa abandonada, triste. Não fazia sentido! Era deprimente, despersonalizada, dizia-me. Mas o que mais me irritava nela, era o impulsivo habito de pendurar roupa nas maçanetas das portas. Eu não conseguia conviver com aquilo. Um estendal de roupa usada por todo o lado. Quando lhe fazia qualquer reparo, costumava responder-me – Não stress, a roupa espalhada dá mais vida à casa, são pequenos apontamentos de cor. Eu depois arrumo! Mentira dela. Era sempre eu quem arrumava.
Depois de ela ter saído de casa, passamos a ir todos os dias a um café simpático na zona mais chique do Bairro. Falavamos muito dos outros e um bocadinho de nós. Às vezes ia-mos ao cinema, comprava mos um pacote de pipocas e ficava mos de mãos dadas no escuro a assistir ao filme. Acariciávamo-nos. Comprometidos riamos baixinho. Depois, normalmente acabávamos junto ao Rio Tejo, a namorar dentro do carro com a ponte 25 de Abril como cenário. Uma paz. Eu adorava contar as estrelas. Ela adorava cantar por cima das minhas musicas. Depois, com a madrugada, vinha sempre a mesma tristeza de a ver partir. Mas eu sabia que tinha de ser assim. Eu sabia que o dia seguinte era outro dia e ela ia estar na mesa do café do costume à minha espera. Na verdade, quem esperava era sempre eu. Mas não importa, porque ela valia a pena. Porque ela era a pessoa que eu amava.
(excerto de "O Meu Amor é Uma Cabra" de M.C - 1996)