29.07.07
Do vosso grupo só conheço pessoalmente o Rui e a Rosa Pereira. Todavia, para todos, sem qualquer excepção, todos os que estiveram em palco e todos os que ajudaram nos bastidores, fica o testemunho do meu encantamento sinceríssimo com o belo e inesquecível espectáculo a que assisti. Foi empolgante. ACONTECEU POESIA.
O Silencio da plateia suspensa das vossas palavras, mesmo quando algumas eram susceptíveis de fazer corar um marujo…, os aplausos vibrantes, prolongados e de pé foram a confirmação plena de que foi, realmente, um belo e inesquecível espectáculo. Espectáculo delineado com elegante equilíbrio estético em que as componentes palavra, movimento, luz, cenário, som, momentos altos, momentos menos altos se entrelaçaram harmoniosamente formando um magnífico fio condutor. No final, impressionou-me sobremaneira um momento que, para mim, traduziu o que de mais belo e válido se pode desejar de um espectáculo teatral: unir o palco e a plateia no mesmo sentimento, sinal de que a mensagem passou. Quando plateia e palco vibravam na mesma onda cantando os versos de Florbela Espanca, dois actores, como que “possuídos” pela energia magnetizante que inundava toda a sala, deram o abraço mais bonito, mais forte e mais emocionado que alguma vez vi representa. Nesse instante, a emoção palco/plateia e plateia/palco passou por eles como potente fluído eléctrico. SENTI O CHOQUE.
Sugere o nome do vosso grupo que terão de contentar-se em caçar no palco simplesmente com gatos.
Meu caro Rui: Dispondo de bichanos desta qualidade, para que diabo precisará de cães!
Jorge Silvestre